:: junho 17, 2005 ::

COMO NO CÉU
(fabrício carpinejar)
As cartas de amor deveriam ser fechadas com a língua. Beijadas antes de enviadas. Sopradas. Respiradas. O esforço do pulmão capturado pelo envelope, a letra tremendo como uma pálpebra. Não a cola isenta, neutra, mas a espuma, a gentileza, a gripe, o contágio. Porque a saliva acalma um machucado.
As cartas de amor deveriam ser abertas com os dentes.
dito por li stoducto
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